Decisão tomada pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (9) traz nova reviravolta no julgamento da revisão da vida toda. Por oito a um, os magistrados definiram que votos de ministros aposentados em processos no plenário virtual devem ser mantidos em caso de pedido de destaque, quando o caso será levado ao plenário físico e recomeçará do zero. Dois ministros não votaram porque não estavam presentes.

▶️ O caso estava praticamente encerrado no plenário virtual, em março, quando, a poucos minutos do fim da decisão, o ministro Kassio Nunes Marques pediu destaque, levando o processo a um novo julgamento no plenário físico, sem data para ser marcado.

🔷 No plenário virtual, o resultado era favorável aos aposentados por um voto. Seis dos 11 ministros foram a favor da revisão, indicando a constitucionalidade da tese. Cinco deles foram contrários à correção, após relatório do governo apontando gastos de R$ 46 bilhões em dez anos se a medida fosse aprovada.

Com o pedido de Nunes Marques, o voto do ministro Marco Aurélio, relator do caso, que foi favorável à revisão da vida todo, deixaria de valer. Por estar aposentado, Marco Aurélio não iria mais votar. Em seu lugar, André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro (PL), daria o voto, e, na opinião de especialistas, poderia ser contrário à revisão.

📚 Ao menos 21 ações devem ser afetadas pela medida, conforme citou o ministro Nunes Marques ao tratar sobre o tema. A decisão foi tomada em questão de ordem apresentada pelo ministro Alexandre de Moraes na análise das ADI (Ações Direta de Inconstitucionalidade) 5399, 6191 e 6333. Para Moraes, por estar aposentado, o ministro não poderia mais defender sua tese. ​

Seu voto foi seguido por todos os colegas presentes, com exceção de André Mendonça. Até mesmo Kassio Nunes Marques votou a favor e o presidente da corte, Luiz Fux, que ao ser consultado por Marco Aurélio no ano passado, havia dito que votos de quem se aposentava seriam descartados em novos julgamentos.

No debate, chegou-se a definir que os ministros que ainda estiverem no STF na data do julgamento poderão votar novamente e mudar seu posicionamento sobre o tema. Para advogados previdenciários, embora a decisão tomada nesta quinta seja favorável à revisão da vida toda, não há garantia de vitória, pois poderá haver mudanças tanto a favor quanto contra a correção.

Segundo o advogado Roberto de Carvalho Santos, presidente do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários), a decisão tomada será aplicada imediatamente, por se tratar de tratar de uma alteração em norma processual.


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