A Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM desde 2014 organiza o Setembro Amarelo. Em 2023, o lema é "Se precisar, peça ajuda!".

Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Apesar da abrangência do Setembro Amarelo, os dados acendem um alerta importante sobre a saúde mental da pessoa idosa.

📊 O número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021. O levantamento faz parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho. Em 2022, foram 16.262 registros, uma média de 44 por dia. Em 2021, foram 14.475 suicídios. Em termos proporcionais, o Brasil teve 8 suicídios por 100 mil habitantes em 2022, contra 7,2 em 2021.

📊 Os idosos usam meios mais letais que os jovens em suas tentativas de suicídio e é dentro de casa onde mais ocorre o ato. No Brasil, a média de casos é de 7,8 a cada 100 mil, 47% mais que a população geral. Nos idosos, o luto pela perda progressiva de companheiros, filhos e amigos e as limitações físicas características dessa fase final da vida se somam ao isolamento social, falta de uma rede de apoio, solidão e depressão como fatores de risco para o suicídio.

📊 Tendência global, as taxas mais elevadas estão entre os brasileiros acima dos 70 anos, com 8,4 (faixa dos 80+) e 8,2 (70-79) casos a cada 100 mil. Os dados são do artigo “Suicídio em idosos: um estudo epidemiológico”, de pesquisadoras da Escola de Enfermagem (EE) da USP, publicado no ano passado.

Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

📌 Tanto o diagnóstico quanto o tratamento de uma doença psicológica devem ser feitos por um profissional especializado, como um psiquiatra.

📌 Sinais de alerta 

- Expressão de ideias ou de intenções suicidas; 

- Publicações nas redes sociais com conteúdo negativista ou participação em grupos virtuais que incentivem o suicídio ou outros comportamentos associados; 

- Isolamento e distanciamento da família, dos amigos e dos grupos sociais, particularmente importante se a pessoa apresentava uma vida social ativa; 

- Atitudes perigosas que não necessariamente podem estar associadas ao desejo de morte (dirigir perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.); 

- Ausência ou abandono de planos; 

- Forma desinteressada como a pessoa está lidando com algum evento estressor (acidente, desemprego, falência, separação dos pais, morte de alguém querido); 

- Despedidas (“acho que no próximo natal não estarei aqui com vocês”, ligações com conotação de despedida, distribuir os bens pessoais); 

- Colocar os assuntos em ordem, fazer um testamento, dar ou devolver os bens; 

- Queixas contínuas de sintomas como desconforto, angústia, falta de prazer ou sentido de vida; 

- Qualquer doença psiquiátrica não tratada (quadros psicóticos, transtornos alimentares e os transtornos afetivos de humor).

📌 ONDE BUSCAR AJUDA?

-Procure a UBS (Unidade Básica de Saúde) ou o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) mais próximo da sua residência

-Em caso de emergência, entre em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ligando para 192

-Converse com um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) ligando para 188 (chamada gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou de celular de todo o território nacional) ou acesse www.cvv.org.br